Economia continua em queda
5 JunOs dados divulgados hoje pelo INE, revêm em baixa o valor do PIB avançados no mês passado na estimativa rápida. Assim, no 1º trimestre de 2013, a economia portuguesa caiu 4,0% em termos homólogos e 0,4% em termos trimestrais (-3,9% e -0,3% na estimativa rápida).
A economia portuguesa apresenta a recessão mais prolongada de sempre: dez trimestres consecutivos de quebra no PIB (em cadeia e/ou nove em termos homólogos). É o valor mais baixo do PIB, em termos reais, desde 2000. Em dois anos, esta recessão já retirou da economia 9,3 mil milhões de euros.
Segundo o INE, “A redução mais acentuada do PIB em termos homólogos foi determinada pelo comportamento da procura interna, que passou de um contributo de -4,6 p.p. no 4º trimestre de 2012 para -6,4 p.p.. O contributo positivo da procura externa líquida aumentou, situando-se em 2,3 p.p. (0,8 p.p. no 4º trimestre de 2012), em resultado da diminuição mais intensa das Importações de Bens e Serviços.”
A procura interna caiu 6,3%, em termos homólogos, traduzindo-se numa redução mais acentuada que a verificada no trimestre anterior (-4,5%). Esta evolução deveu-se ao contributo mais negativo do Investimento, com uma variação homóloga de -16,8% (-2,1% no 4º trimestre de 2012).
O consumo diminuiu 4,2% face ao mesmo período de 2012, com o consumo privado a baixar 4,3% e o público 4,0%.
As Exportações cresceram de 0,1%, em termos homólogos. Este resultado foi determinado pelas exportações de serviços que aumentaram 1,2%. Em sentido oposto, as exportações de bens diminuíram 0,3%.
As importações cairam 6,0%, em termos homólogos, o que compara com a variação de -2,3% no trimestre anterior. Esta evolução refletiu, em larga medida, o comportamento das importações de bens, que apresentaram uma taxa de variação homóloga mais negativa (-6,0% e -2,0%, respetivamente no 1º trimestre de 2013 e no 4º trimestre de 2012), bem como o comportamento das importações de serviços (variações de -5,8% e -4,2%, pela mesma ordem).
Fonte: GPPS
Os falsos mitos
3 JunDomingos Amaral escreve sobre os falsos mitos económicos da Europa. Dos 6 mitos a que faz alusão, deixo aqui o:
MITO 1 – As dividas dos países do Sul têm de ser pagas, custe o que custar.
É o mais grave mito que atinge a Europa no presente, onde se mistura uma moralidade de merceeiros com a cegueira dos fanáticos.
Há uma coisa que os europeus deviam meter de vez na cabeça: os países do Sul não têm qualquer hipótese de pagar as dívidas.
Veja-se por exemplo Portugal: a dívida pública atinge 127% do PIB, e a dívida privada, de que se fala menos porque não dá jeito, atinge 340% do PIB.
Sim, leu bem, no total a dívida de Portugal quase chega aos 470% do PIB nacional! E, parecidos connosco, estão a Grécia, a Irlanda, Chipre, a Espanha, a Itália.
Estas dívidas nunca serão pagas.
Enquanto os europeus não perceberem isso, e não reestruturarem as dívidas, e mutualizarem uma grande parte delas, as economias europeias continuarão afocinhadas no desespero e no desemprego.
Leia aqui os outros 5 mitos.
Está aí alguém ?
16 Maio
O Instituto Nacional de Estatística ( INE) revelou ontem que a economia portuguesa, no primeiro trimestre deste ano, tinha contraído 3,9 %, em termos homólogos, representando o maior agravamento dos últimos nove meses da recessão que atinge Portugal.
Numa Europa já com nove países em recessão, Portugal foi o terceiro país que mais viu a sua economia contrair, apenas com a Grécia e o Chipre a apresentarem uma queda da sua economia superior.
A economia portuguesa apresenta a recessão mais prolongada de sempre: dez trimestres consecutivos de quebra no PIB (em cadeia e/ou nove em termos homólogos).
Em 2008/2009 (grande recessão a nível mundial), a economia portuguesa retraiu quatro trimestres consecutivos. Agora, já vai na 10º quebra consecutiva .
Segundo as projeções da Comissão Europeia, o PIB português deveria ter caído, neste 1º trimestre de 2013, 3,7% em termos homólogos e 0,1% em termos trimestrais, mas afinal a quebra foi mais acentuada. Segundo este organismo, o PIB deverá contrair até ao 1º trimestre de 2014 (em termos homólogos).
Recordo que as últimas projecção do Governo e da “troika” (revistas), apontam para uma queda do PIB de 2,3% este ano e um crescimento de 0,6% para 2014.
Desde 2011, a taxa de desemprego aumentou de 12,5 % para 17,5 %, um crescimento em menos de 2 anos de 400 desempregados por dia ou 17 por hora.
Há mais de um milhão de desempregados, cerca de 40 % é desemprego juvenil, a 4.a mais alta da UE, mais de 13 mil são casais com ambos os cônjuges desempregados , o triplo desde que chegaram ao governo, aumenta o número de desempregados com mais de 50 anos, 21 empresas por dia declaram insolvência, o credito de cobrança duvidosa às empresas, aos particulares, à habitação e ao consumo disparam.
Perante esta realidade, os portugueses interrogam-se: “ Está aí alguém? “
Análise anual do (de)crescimento na UE
4 Dez“Em 2012, a conjuntura económica na UE permaneceu frágil. Em relação ao ano considerado no seu conjunto, prevê-se atualmente uma contração do PIB de 0,3 % na UE e de 0,4% na área do euro. Será necessário tempo para que a retoma sustentável seja realidade. Após vários anos de crescimento moroso, a crise está a desencadear graves consequências sociais. Os sistemas de segurança social amortizaram alguns dos seus efeitos numa primeira etapa, mas o seu impacto repercute-se atualmente de forma generalizada. Registou-se um aumento substancial do desemprego, bem como das dificuldades económicas e da pobreza. (…)” Comunicado da Comissão Europeia que pode ser lido aqui
Governar por Excel
19 Nov“En un mundo normal, el hundimiento del PIB de Grecia un 7,2% en los últimos 12 meses sería otro clavo más en el ataúd de la austeridad. En el mundo actual es una noticia que pasa desapercibida mientras elegantes hombres de Estado debaten fórmulas para que la realidad se parezca a la hoja Excel con la que acuden a sus reuniones intergubernamentales.” Nuño Rodrigo no 5 dias
O ouro do silêncio
16 Nov
“Alguns conhecidos banqueiros têm-se destacado recentemente com afirmações polémicas sobre a capacidade dos portugueses suportarem a austeridade. Ninguém contesta o direito de cidadania dos banqueiros a expressarem-se na praça pública, mas a verdade é que algumas declarações desafinadas dão a impressão de que já ninguém se lembra da sua responsabilidade no estado deplorável a que chegámos como país. Com efeito, a dívida pública portuguesa é atualmente de 120% do PIB, enquanto a dívida privada (famílias e empresas) atinge o valor assustador de 370% do PIB (somos a 2.ª dívida mundial, logo depois do Japão). As responsabilidades dos dirigentes políticos e partidários têm sido escrutinadas e os responsáveis do esbanjamento de dinheiros públicos são objeto de crítica pública. Mas importa não esquecer o papel da banca na canalização desenfreada de fundos externos para a vertigem de crédito da primeira década do século XXI. Os bancos geridos com prudência não emprestavam mais do que 85 a 90% do valor dos seus depósitos. Ora, as estatísticas revelam que em média os oito maiores bancos nacionais chegaram a emprestar 165% do total dos depósitos. Perante a falha de perceção das autoridades de supervisão, a banca deixou-se dominar por uma ganância desmesurada, despejando agressivamente crédito sobre os clientes sem garantir a sua sustentabilidade. A banca, e já nem falo nos casos de polícia como o do BPN, revela bem que uma sociedade inteira pode ser vítima das decisões insensatas de uma pequena elite que se esquece que o privilégio só se justifica se for acompanhado por uma atitude superlativa de responsabilidade social. O que, no caso vertente, não se aplica manifestamente. Se não há vergonha, ao menos um pouco de recato seria recomendável.”
ViRIATO SOROMENHO-MARQUES no Diario de Noticias
Afinal o PS estava certo
9 OutPortugal tem mais um ano para corrigir o seu défice, refere a Nota de Imprensa do Conselho Europeu.
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